Éliane Radigue leva Naldjorlak a Serralves em Abril
Em estreia em Portugal, a Fundação de Serralves apresenta as três partes do ciclo Naldjorlak de Éliane Radigue no dia 21 de abril.
O início dos anos 2000 marcam uma grande viragem na obra da compositora francesa Éliane Radigue. Após um percurso quase exclusivamente dedicado aos sintetizadores eletrónicos, Radigue inicia a produção de um conjunto de trabalhos dedicados à instrumentação acústica. A primeira dessas obras é Naldjorlak I, e o impulso para a sua criação surgiu em resultado de Radigue ter assistido a um recital do violoncelista norte-americano Charles Curtis.
O título Naldjorlak é uma palavra composta inventada por Radigue mas com referências à língua tibetana, evocando conceitos espirituais budistas de união e de respeito. O ciclo desenvolveu-se entre 2004 e 2009, sempre numa relação com instrumentistas virtuosos, e construído com base na interação e jogo com subtis propriedades e frágeis fenómenos acústicos dos instrumentos.
O ciclo é interpretado pelo próprio Charles Curtis - um dos mais importantes violoncelistas a nível internacional, colaborador não apenas de Radigue mas também de outros grandes compositores como La Monte Young e Alvin Lucier -, Carol Robinson - compositora e clarinetista cuja vida musical multifacetada a tem conduzido entre as grandes salas de concerto da música erudita, colaborações com grandes compositores e coreógrafos mas também pelos contextos mais experimentais -, e Bruno Martinez- o principal clarinetista-baixo na Ópera de Paris desde 1992, que, tendo tocado sob a direção de compositores e maestros como Pierre Boulez, Witold Lutoslawski, Yehudi Menuhin ou Esa Pekka Salonen, se apresenta também frequentemente como solista e músico de câmara em França e um pouco por todo o mundo.